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O cenário pós-pandêmico e as tecnologias educacionais


O PROFESSOR QUE ERA, QUE ME TORNEI E QUE PRETENDE SER.


Iniciei minha vida acadêmica junto com a chegada dos 40 anos, o que foi um desafio, mas também muito enriquecedor. Foram 4 anos intensos, onde procurei absorver toda informação e conhecimento que esta experiência me proporcionou. Me formei em 2018, somente o fato de concluir o curso era a realização e superação vivida, não pensei nas possibilidades profissionais que a formação poderia me apresentar. A vida como professora veio naturalmente, quando vi estava lecionando, mesmo a dedicação durante minha formação, a prática em sala de aula é surpreendente, nos deparamos com uma realidade que exige muito mais que as práticas, que realizamos, durante a formação.

Considero minha geração como migrantes digitais, fomos nos preparando de acordo com as necessidades que apareciam, com isso, minha convivência com as tecnologias aconteceu, não durante minha juventude, e sim quando precisei absorver as propostas existentes nas práticas e metodologias do ensino atual.

Logo no inicio, precisei entender as plataformas e sites que a instituição utilizava, no ensino público, o professor deve desvendar as funções e ser autodidata do sistema educacional.

Meu primeiro ano como professora de Língua Estrangeira Espanhol foi no Celem (Centro de ensino de língua estrangeira moderna), os recursos tecnológicos eram poucos, praticamente não havia material didático disponível e tínhamos de elaborar as aulas a partir dos materiais produzidos por pesquisas realizadas previamente as aulas. No segundo ano, estava muito feliz com as minhas turmas, como era oferecido para a comunidade, o Celem estava com duas turmas de 35 alunos entre estudantes da rede de ensino e pessoas da comunidade. A língua espanhola, como disciplina, sofre um descaso das políticas públicas educacionais, não é de hoje que esta não tem a devida atenção e o Celem foi o que havia restado como ponte de acesso aos estudantes e a comunidade, justamente neste momento no mundo, uma pandemia se inicia e atinge a população mundial, foi uma experiência distinta de tudo que vivenciamos como sociedade, todos foram atingidos e surpreendidos, fomos obrigados a nos adaptar rapidamente e não foi diferente nas instituições de ensino.

A pandemia desencadeou um processo de adaptação as possibilidades dos usos das tecnologias voltadas ao ensino, houve a necessidade de proporcionar aos estudantes o acesso à educação, mesmo que remoto, e assim viabilizamos essa nova modalidade, o ensino a distância. Neste momento a prioridade era a educação dos estudantes e aconteceu de forma repentina, a utilização dos recursos tecnológicos.

Nos dias atuais, já não é possível planejar um trabalho sem antes pensar nos recursos que serão aplicados, é perceptível o avanço ocorrido e as mudanças nas estratégias de ensino e aprendizagem, assim o professor foi inserido no campo das tecnologias voltadas para educação, quase sem ter noção de como, onde e quando as mudanças ocorreram. Para mim foi mais um desafio, planejar e desenvolver as aulas utilizando os recursos tecnológicos, um avanço em minhas habilidades e continuo buscando me atualizar. Penso não ser mais possível, o professor, não investir em formação e acesso dos meios tecnológicos, que cada vez mais, de modo acelerado está em constante transformação.



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